Monitorar e interpretar um número crescente de imagens tornou-se parte do dia a dia das pessoas. Essas imagens desencadeiam um processo complexo de relações que pode resultar em ações humanas ou não humanas diretas sobre pessoas, serviços ou sobre o próprio espaço. Como parte de uma paisagem midiática mais ampla e difundida, o repertório de imagens, sua organização e conexão com vários dispositivos e bancos de dados infinitos tornam os processos de interpretação muito mais complexos e fora do nosso alcance. Este trabalho propõe, de uma perspectiva arqueológica, que a intencionalidade das imagens, especialmente as que são produzidas e circulam no ambiente digital, é sintoma de uma episteme contemporânea que delega aos objetos não apenas uma autonomia funcional, mas também uma de existência e de descrição do mundo. A multiplicidade de imagens digitais faz deles Seres que existem além do humano e que constituem uma espécie de processo fenomenológico maquínico contínuo, uma consciência de si e do outro.