A modernidade trouxe consigo inovações tecnológicas em diversos campos dos saberes, havendo de fato, uma revolução e uma ruptura com os padrões pré-estabelecidos. O homem, neste novo contexto de mudanças e de inovações, viu-se inadaptável e se apresentou, a partir de então, avesso à nova era. Partindo desse pressuposto, este artigo pretende analisar como a ficção dramática, especificamente a peça A streetcar named desire do dramaturgo norte-americano Tennessee Williams, apresenta discursivamente suas personagens neste novo contexto de mudanças e inadequações, a partir das reflexões freudianas advindas dos estudos “O mal-estar na civilização” e “Futuro de uma ilusão”. Fez-se necessário também, um levantamento teórico acerca da constituição da personagem enquanto entidade fictícia e uma abordagem diacrônica com exemplos ímpares de construções de personagens na história do teatro ocidental.