Este artigo busca, a partir das discussões de Michel Foucault e Didier Fassin, apontar as relações entre as políticas de Estado sobre a vida dos indivíduos e as estratégias acionadas pela população para ter acesso ao direito à saúde. Entre os casos que tratam desta temática já explorada por outros autores das ciências sociais e especialmente da antropologia, inserimos nesta discussão uma demanda bastante específica e atual, sobre o uso de derivados da maconha para fins medicinais, terapêutica utilizada há alguns anos em outros países e recentemente discutida no Brasil com consideráveis limitações e entraves. Assim, apresentamos as formas como a sociedade articula-se e aciona dispositivos do próprio Estado para obter reconhecimento dos seus direitos e acesso para as suas demandas por saúde.
This paper seeks, based on Michel Foucault and Didier Fassin's discussions, to point out the relations of State policies on life of the individuals and their strategies as a population to put in action their access to healthcare rights. Although this topic has been discussed by other authors in social sciences, anthropology above all , this paper inserts a very specific and current demand in these discussion, the use of medical marijuana derivatives for medicinal purposes, therapy that has been used for a couple of years in other countries and recently discussed in Brazil although with considerable limitations and obstacles. Thus, we point out how society articulates itself activating the State's own devices to obtain recognition of its rights and access to society demands for healthcare.