O presente estudo persegue o propósito de apresentar uma leitura da terceirização a partir de uma abordagem hermenêutica interdisciplinar do Direito como sistema. O fenômeno da terceirização será lido de forma a abordar diversas formas em que usualmente é compreendido, independentemente do juízo prévio sobre sua validade jurídica, já que é justamente sobre isso que se pretende versar. Para tanto, serão tratados os conceitos fundantes de empregado, empregador e empresa, a partir de uma abordagem que entrelaça o direito do trabalho e o direito empresarial e seus lastros constitucional e principiológico. O escopo principal é desnudar em que situações a terceirização não é possível por representar uma aporia que, não obstante, não se sustenta, pois fere a ordem historicamente construída do Direito, observado a partir de um viés constitucional e sistêmico. Deste modo, pretende-se iniciar um caminho para demonstrar em que situações uma norma que venha a autorizar a terceirização na atividade fim é capaz de se aplicar, face aos elementos que representam o lastro fundante de toda a estrutura do direito do trabalho e relações interdisciplinares pertinentes.