Os Kalankó vivem no alto sertão alagoano, onde dizem que a vida não é fácil. Neste cenário, a música é um domínio fundamental para sobreviverem. Ela de certa forma constitui um caminho que promove transformações nos sujeitos. Neste sentido, ela parece ser importante para as migrações, ou seja, transformações geográficas, para a cura, ou para as transformações corporais e para a luta política, ou para transformações sociais. Todas estas transformações deixam rastros – ou linhas – sobre a caatinga. O presente texto busca explorar as linhas produzidas pela movimentação Kalankó, suas formas e direcionalidades. Através das linhas, tenta-se entender, então, a relação da música com o universo cultural Kalankó. Neste sentido, a análise em tela aponta para o caráter tradutor desta música.