Este artigo busca analisar como a ditadura empresarial-militar brasileira provocou uma avalanche de obras que implicou no crescimento precarizado de trabalhadores empregados na indústria da construção civil. Nesse sentido, o “milagre econômico” operou através das obras públicas, de forma paulatina, entre os governos, edificando construções cada vez mais vultuosas, como é o caso do estádio de futebol Rei Pelé, popularizado Trapichão. Analisaremos as experiências dos operários nas construções aqui reunidas através da Justiça do Trabalho, uma instituição disputada por trabalhadores e patrões. Pensar em como se deu o “milagre” econômico para esses trabalhadores, significa olhar mais de perto para o barateamento de sua mão de obra, para o seu adoecimento e morte, para a superexploração e a precarização das suas condições de trabalho e de como o patronato e o Estado se beneficiavam das características de terceirização e de informalidade que predominaram naquele contexto.
This article seeks to analyze how the Brazilian business-military dictatorship caused an avalanche of work that led to the precarious growth of workers employed in the construction industry. In this sense, the "economic miracle" operated through public works, gradually among governments, building increasingly large buildings, such as the "King Pelé" Soccer Stadium, popularized "Trapichão". We will analyze the experiences of the construction workers gathered here through the Labor Justice, an institution disputed by workers and employers. To think about how the economic "miracle" took place from the point of view of the workers "underneath", means to look closer at the cheapening of the labor force, the sickening and death of the employees, the overexploitation and the precariousness of their working conditions, and how the employers and the State benefited from the characteristics of outsourcing and informality that prevailed in that context.