O Sujeito Endividado como Doppelgänger do Empreendedor de Si: Subjetivação pela Dívida na Crise do Neoliberalismo
Mediações
O Sujeito Endividado como Doppelgänger do Empreendedor de Si: Subjetivação pela Dívida na Crise do Neoliberalismo
Autor Correspondente: Émerson Pirola | [email protected]
Palavras-chave: Empreendedor de si, Sujeito endividado, Subjetivação, Doppelgänger, Neoliberalismo
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Tendo como pressuposto a intuição marxista de vincular subjetivação e trabalho, tomamos a via foucaultiana para pensar o neoliberalismo enquanto uma razão governamental que produz sua própria subjetividade funcional, o empreendedor de si, que mobiliza a essência do mercado pela concorrência. Avançando pela via crítica de Lazzarato, levando em conta a financeirização e a sociedade de controle nos deparamos com o sujeito endividado como o principal produto subjetivo neoliberal. Desse modo, introduzimos o conceito de Doppelgänger para pensar o sujeito endividado como o duplo do empreendedor de si, formando uma relação constitutiva entre estes opostos-similares. A subjetivação se dá por esse processo que encarna os personagens conceituais da razão neoliberal em simultaneidade, formando uma síntese disjuntiva que escancara a natureza paradoxal do neoliberalismo e o limite de suas promessas. Por fim exploramos brevemente a hipótese de Lazzarato de que o aparecimento do sujeito endividado seria uma substituição do empreendedor de si (antes que simultâneo), o que acompanharia a tendência autoritária ou fascista do capitalismo atual; mas acabamos por argumentar que, com a noção de Doppelgänger e a duplicidade dos personagens, estamos diante de uma continuidade neoliberal, mesmo se “autoritária”.