Alguns aspectos sobre a física cartesiana: Do mecanicismo dedutivo das Regras às hipóteses e experiências dos Princípios

Revista Primordium

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ISSN: 25262106
Editor Chefe: Marcos César Seneda
Início Publicação: 31/01/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Filosofia

Alguns aspectos sobre a física cartesiana: Do mecanicismo dedutivo das Regras às hipóteses e experiências dos Princípios

Ano: 2020 | Volume: 5 | Número: 9
Autores: Lucas Guerrezi Derze Marques
Autor Correspondente: Lucas Guerrezi Derze Marques | [email protected]

Palavras-chave: imaginação, sensação, experiência, hipótese, analogia

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

René Descartes (1596 –1650) ficou marcado na história do pensamento como o pai do mecanicismo moderno, sobretudo com o seu método científico dedutivo, idealizado principalmente nas Regras para Direção do Espírito (1628) e no Discurso do Método (1637). Grande parte da literatura aponta a ciência cartesiana como extremamente racionalista, algo muito distante das experiências e hipóteses, feita única e exclusivamente pelo entendimento, a partir das intuições puras e deduções racionais. Entretanto, pretendemos aqui, mostrar uma possível abertura do filósofo francês para o conhecimento adquirido com o auxílio das hipóteses imaginadas e experiências percebidas. Mostraremos como uma de suas últimas obras, o Princípios (1644), demonstra um lado prático da filosofia de Descartes, onde o autor, parece mudar um pouco sua metodologia rígida, abrindo um grande espaço para as sensações e imaginações em sua física.



Resumo Francês:

René Descartes (1596–1650) a été marqué dans l‟histoire de la pensée humaine comme le père du mécanicisme moderne, en particulier avec sa méthode scientifique déductive, idéalisée principalement dans les Règles pour la direction de l’Esprit (1628) et dans le Discours de la Méthode (1637). Une grande partie de la littérature indique que la science cartésienne est extrêmement rationaliste, quelque chose de très éloigné des expériences et des hypothèses, faite uniquement et exclusivement par la compréhension, des intuitions pures et des déductions rationnelles. Cependant, nous avons l‟intention ici de démontrer une ouverture possible du philosophe français aux connaissances acquises à l‟aide d‟hypothèses imaginées et d‟expériences perçues. Nous montrerons comment l‟une de ses dernières œuvres, les Principes (1644), démontre un côté pratique de la philosophie de Descartes, où l‟auteur semble changer un peu sa méthodologie rigide, ouvrant un grand espace pour les sensations et l‟imagination dans sa physique.