De 2013 a 2016, foram desenvolvidos três projetos de documentário sob minha direção, na região metropolitana de Campinas-SP, que resultaram na “Trilogia Afro-Campineira”. São três curtas-metragens focados em protagonistas de processos culturais, religiosos e artísticos, todos defensores de manifestações de matrizes africanas e seus potentes hibridismos. Os filmes são Diário de Exus (2015), A Dança da Amizade, Histórias de Urucungos, Puítas e Quijengues (2016) e A Mulher da Casa do Arco-Íris (2017/2018). Todos os filmes tiveram fontes de financiamento como FAEPEX/UNICAMP, FICC e Prêmio Estimulo ao Curta-metragem do Estado de São Paulo e contaram com uma rede de parceiros, da universidade (UNICAMP) e das comunidades e pontos de cultura envolvidos. Desenvolvem-se, nos filmes, o que nomeio como as “estéticas das resistências”, priorizando narrativas afro-diaspóricas, num processo de criação em que confluem estética e política. Esteticamente, trata-se de destacar a convergência e a disputa dos modos observativos, participativos, poéticos e performáticos de realização documentárias, voltados para sujeitos portadores de códigos culturais afrocentrados. Politicamente, realçam-se o papel da cultura e da religião na afirmação e construção identitária do negro, no Brasil. Esse texto documenta o processo de realização do primeiro curta-metragem, Diário de Exus.