Este artigo tem como proposta analisar o estilo de vida da juventude constituinte de um mundo artístico contemporâneo, o Emo, do rock sentimental e valorizador de atitudes românticas. A partir de um trabalho de campo realizado no Rio de Janeiro, privilegia-se aqui uma análise do processo de formulação e contraposição de “identidades” realizado por um grupo de emos carioca, enfatizando as dinâmicas de afastamento e aproximação destes jovens à “identidade emo” disseminada na cena roqueira da cidade. O foco incide sobre as acusações e tentativas de estigmatização feitas pelos “emos das antigas” aos novos fãs do gênero, classificados por eles como “posers de emo”. Além de um suposto mau gosto musical, condenado pelos “das antigas”, os conflitos entre os jovens emergem também a partir da valorização positiva da “homossexualidade” pelos “posers”, acompanhada de uma incitação um tanto romântica à experimentação homoerótica.
This article is an analysis of the young people who participate in a part of the contemporary art world, the Emo – sentimental rock music related to a romantic ethos. Based on an ethnographic research that took place in Rio de Janeiro, we investigate here the process of formulation and contraposition of “identities” between a group of cariocas emos, emphasizing the dynamic of removal and approach of the young to the “emo identity” in the rock musician scene of the city. Important here are the accusations and attempts of stigmatization made by the “emos of old ages” to the new fans, classified by them as “posers of emo”. Besides a bad presumption musical taste, condemned by “emos of old ages”, the conflicts between the young also emerge from the positive valuation of “homosexuality” by “posers”, followed with a romantic incitation to an homoerotic experimentation life style.