O artigo propõe-se a relatar e refletir sobre os experimentos de Luís Artur
Nunes, essencialmente um diretor de teatro de atores, mas que inúmeras vezes introduziu formas animadas no contexto da cena atoral. Descreve suas primeiras tentativas nos espetáculos A Salamanca do Jarau, de Simões Lopes Neto, e A Fonte, Érico Veríssimo. Em seguida, relata o exercício improvisacional “Bonecos Chineses”, tal como Nunes o aprendeu num workshop com Richard Schechner nos anos 1970. A técnica utiliza a
premissa da manipulação de bonecos, mas com atores, que manipulam uns aos outros como se fossem bonequeiros com seus bonecos. Descreve seu aproveitamento como formato para a criação de cenas nos espetáculos Sarau das 9 às 11 (de Luís Artur Nunes em parceria com Caio Fernando Abreu) e A Vida Como Ela É..., de Nelson Rodrigues.
Explica também o desenvolvimento de uma variação utilizando máscaras e dinâmicas inspiradas nos tableaux-vivants e nas HQ. O artigo advoga uma cena heterogênea, híbrida, onde atores e formas animadas possam dialogar livremente numa busca da ampliação dos limites da teatralidade.