Este trabalho pretende refletir sobre as relações que os skatistas constroem em um determinado espaço da cidade de Florianópolis, a saber, a pista de skate do bairro Trindade – a Trinda. Partimos de uma investigação de cunho etnográfica, com o auxílio de entrevistas semiestruturadas e observação participante, trazendo para a reflexão o discurso dos interlocutores. É abordado também, ainda que de forma introdutória, o histórico da prática do skate em Florianópolis. Para a devida complexificação do tema, segue-se a discussão sobre o campo skatista, a partir do que Pierre Bourdieu pensou sobre campo esportivo, espaço onde circulam discursos que disputam o monopólio da definição de certa prática. Apresentamos a discussão sobre a disposição do habitus, considerado produtor das práticas e de seus esquemas de percepção e julgamento dos skatistas, neste caso. A sociabilidade, entendida como aspecto que perpassa o campo skatista, é analisada segundo estudos de José Magnani e suas pesquisas sobre o meio urbano, principalmente quando trata do conceito de pedaço. Como resultado, percebeu-se a importância de estudar a prática do skate, no que se refere à participação dos atores estudados no desenvolvimento dos discursos sobre o meio urbano.