Outrora considerada uma promissora iniciativa de integração regional, a União de Nações Sul-Americanas encontra-se atualmente em estado de ostracismo funcional. Como se deu esse processo de esvaziamento? Buscando se afastar de abordagens conjunturais focadas nas políticas externas dos atores nacionais envolvidos, o presente artigo propõe uma análise institucional sobre o processo decisório instaurado na organização. Valendo-se de literatura institucionalista brasileira e brasilianista de Ciência Política sobre o sistema político nacional, faz-se uso dos conceitos de paralisia decisória, combinação explosiva e presidencialismo de coalizão para construir um argumento de pesos e contrapesos que dê conta de demonstrar a hipótese do artigo: o regime decisório consensualista e a ausência de poderes institucionais capazes de conferir à Unasul autonomia frente os Estados abriram espaço à paralisia decisória a partir de 2014. Conclui-se que uma revisão do caráter intergovernamental se faz necessária numa retomada da Unasul frente os atuais indícios de possível revigoramento do regionalismo pós-liberal.