A partir do pressuposto de que o caráter de testemunho no fotojornalismo deve ser entendido como uma articulação histórica e como um ato performativo, o objetivo do presente artigo é discutir o modo como a função testemunhal da fotografia jornalística foi constantemente ressignificada nas revistas brasileiras de informação ao longo do século XX. Tal ressignificação tem relação com os diferentes modos em que a própria função testemunhal esteve articulada à reportagem (em seus elementos mais amplos) e a forma como esse imperativo aparecia em sua forma discursiva na narrativa escrita. Como fiduciário de uma narrativa que se pretende realista, o fotojornalismo articula, a partir de técnicas e códigos de narração diversos, uma série de estratégias referenciais e informativas que, contudo, mudaram com o passar do tempo, articulando diferentes modos de narração pela imagem e de credenciamento perante o real.