Este artigo tem por objetivo, a partir da análise do discurso do filme pornô gay estadunidense “O náufrago com sorte”, compreender como os processos de conotação e denotação (MACHADO, 2007) das narrativas do pornô podem ser úteis para entender o produto midiático pornográfico como um mecanismo de reiteração e subversão de discursos normativos sobre gênero, sexualidade, raça e nacionalidade. Para tanto, o trabalho toma como base fundamental para seu desenvolvimento a teoria da estruturação de Giddens (2003), as teses de Bourdieu (2007) sobre o gosto em A Distinção e às propriedades formais dos signos apresentadas por Santaella (2004) a fim de mostrar como a mídia articula e/ou desarticula a complexidade das verdades culturais e sociais produzidas por memórias geradas e geradoras pelo/do imaginário cultural, o qual, por sua vez, procura conformar a fixidez dos corpos em determinados papéis sociais.