'God' without god: Kant's postulate

Kant e-prints

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ISSN: 1677-163X
Editor Chefe: Daniel Omar Perez
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

'God' without god: Kant's postulate

Ano: 2007 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: F. Rauscher
Autor Correspondente: F. Rauscher | [email protected]

Palavras-chave: Kant, Deus.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O postulado prático da existência de Deus é problemático por várias razões: primeiro, Kant nega que ele proporciona qualquer cognição da natureza ou existência de Deus como um ser em si; segundo, ele salienta a natureza prática do postulado contribuindo para o desempenho de nossos deveres; e, terceiro, Kant parece mesmo algumas vezes indicar que nosso postulado de Deus não corresponde a nenhuma realidade, mas é um mero pensamento. No meu trabalho, eu sustento o argumento que o postulado de Kant de Deus pode ser melhor entendido como um conceito sem extensão que serve para unificar vários outros conceitos e obrigações morais mas que ele próprio não tem referência. Eu sustento esse argumento apontando para a relação do postulado para o propósito da filosofia prática, em oposição à teórica e pelo exame da função regulativa da razão em geral e invocando a teologia construtivista contemporânea. A fim de mostrar este ponto eu primeiro analiso a natureza de um postulado comparando postulados a hipóteses transcendentais (A772 / B800) e crenças (A827 / B855) da Crítica da Razão Pura. Em segundo lugar, eu examino o uso que Kant faz do postulado da existência de Deus como sendo “imanente... para propósitos práticos” e “somente em referência à lei moral e em função dela” (5:133) na Crítica da Razão Prática. Terceiro, eu procuro pela função que o postulado de Deus desempenha no Opus Postumum e em outros textos de 1790 para mostrar que Kant chegou mais e mais a argumentar pelo papel funcional ao invés do referencial desse postulado. Ao longo do trabalho, eu discuto a natureza da filosofia prática – direcionada ao uso livre das nossas vontades – como sendo distinta da filosofia teórica – dirigida ao conhecimento dos objetos. Eu mostro como essa solução pode fazer Kant um naturalista metafísico. Eu também entro em questões contemporâneas da teologia relacionadas com o papel humano na construção de sistemas conceituais para ajudá-los a fazer sentido ao mundo que eles experienciam no contexto de um mistério maior que desafia a conceitualização.



Resumo Inglês:

Kant’s practical postulate for the existence of God is puzzling for several reasons: first, he denies that it provides any cognition of the existence or nature of God as a being in itself, second, Kant stresses the practical nature of the postulate as contributing to performance of our duties, and third, Kant even seems on occasion to indicate that our postulate of God does not correspond to any reality but is a merely a thought. In my paper I advance the argument that Kant’s postulate of God is best understood as an extensionless concept that serves to unify various other moral concepts and moral obligations but that has no referent itself. I make this argument by noting the relation of the postulate to the purpose of practical, as opposed to theoretical, philosophy, and by examination of the regulative role of reason in general, and by invoking contemporary constructivist theology. In order to show this point I first examine the nature of a postulate by comparing postulates to transcendental hypotheses (A772 / B800) and to beliefs (A827 / B855) from the Critique of Pure Reason. I second examine the use to which Kant puts the postulate of the existence of God as “immanent . . . for practical purposes” and “only in reference to the moral law and for the sake of it” (5:133) in the Critique of Practical Reason. Third, I look at the role that the postulate of God plays in Kant’s Opus Postumum and other texts from the 1790s to show that Kant came more and more to argue that the postulates have this functional rather than referential role. Throughout the paper I discuss the nature of practical philosophy – directed toward the free use of our wills – as distingushed from theoretical philosophy – directed toward knowledge of objects. I note how this solution could make Kant a metaphysical naturalist. I also touch on contemporary issues in theology related to the role of human construction of systems of concepts to help them make sense of the world they experience in the context of a greater mystery that defies conceptualization.