Discute-se neste trabalho o papel social dos alunos em contexto de sala de aula. Focarei no modo que os próprios estudantes constroem interações a partir daquilo que conceituo empreendedorismo moral. Intenciono refletir de que modo os próprios estudantes constroem e condicionam ações no ambiente escolar. A mobilização de quatro conceitos chave guiam a análise presente no paper: a) a noção de ‘empreendedor’ moral, trazida através de uma releitura de conceitos de Becker (1977; 2008); b) a legitimidade dos atores das instituições escolares pensada a partir das formulações de Goffman (1975 e 2010); c) a desinstitucionalização dos sujeitos (DUBET, 1998, 2005 e 2009); e d) o senso comum como um sistema cultural (GEERTZ, 1981), sendo que se ressaltará a busca por um logotipo (TÜRCKE, 2001) dentro deste sistema. O trabalho propõe uma leitura da dinâmica da sala de aula baseado em uma ótica que permita conceber os estudantes, enquanto agentes ativos do espaço escolar. Sendo que os alunos, não apenas seriam subjetivados pelo mundo escolar, mas o atualizariam constantemente. E, grande parte desta atualização ocorreria a partir de referenciais do senso comum.
This paper discusses the social role of students in the classroom context. I will focus on the way students themselves construct interactions from what I conceptualize as moral entrepreneurship, school professionals appear as mediators of the tensions raised by these relationships. I intend to think on how the students themselves construct and condition actions in the school environment. The mobilization of four key concepts guide the analysis present in the paper: a) the notion of moral 'entrepreneur', brought through a rereading of concepts by Becker (1977; 2008); b) the legitimacy of the actors of the school institutions thought from the formulations of Goffman (1975; 2010); c) the deinstitutionalization of the subjects (DUBET, 1998; 2005); and d) common sense as a cultural system (GEERTZ, 1981), with emphasis on the search for a logo (TÜRCKE, 2001) within this system. The paper proposes a reading of classroom dynamics based on a perspective that allows students to be conceived as active agents of the school space. Since the students would not only be subjectified by the school world, they would constantly update it. And much of this update would come from common sense references.