Gênero, Poder e contrato social: um sinalagma até então extorquido

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ISSN: 25258036
Editor Chefe: Lucas Antônio Nogueira Rodrigues
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: História, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Gênero, Poder e contrato social: um sinalagma até então extorquido

Ano: 2019 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: Raquel Cristina Possolo Gonçalves, Bárbara Batalha da Silva
Autor Correspondente: Bárbara Batalha da Silva | [email protected]

Palavras-chave: teorias do contrato social, desigualdade, gênero, divisão sexual do trabalho

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As críticas feministas têm-se desenvolvido através de uma perspectiva em que se busca a libertação da mulher de sua subjugação histórica, advinda da desigualdade sistêmica em todos os âmbitos. Desigualdade que vai desde o trabalho doméstico não remunerado até as posições hegemônicas de poder, ocupadas por aqueles que se apoderaram dos postos decisórios. Os estudos de gênero têm avançado sobre discussões que incluem ainda outras formas de opressão, como a heteronormatividade. Em relação a tais questionamentos e à situação desigual das mulheres nas suas relações de trabalho, buscamos demonstrar que essa desigualdade se assenta na divisão sexual do trabalho. Para tanto, recorreremos às perspectivas filosóficas do contrato original para elucidar a existência de um contrato sexual – a metade oculta do contrato original que assenta a dominação e a exploração das mulheres pelos homens – e para apontar possíveis rotas de fuga dessa estrutura. Percorreremos esse caminho através de quatro pontos: I) A desigualdade entre homens e mulheres no mercado de trabalho brasileiro - alguns dados; II) A duplicidade do contrato original: liberdade e subjugação; III) Heterossexualidade como norma e a proposta contrassexual; e IV) Considerações preliminares.



Resumo Inglês:

Feminist critiques have been advancing through a perspective in which the liberation of women is sought from its historical subjugation, resulting from systemic inequality in all spheres. Inequality is related to unpaid domestic work as well as to hegemonic positions of power, occupied by those who have seized a seat at the decision-making table. Gender studies have developed discussions that also include other forms of oppression, such as heteronormativity. In regard to these questions and to the discrimination women endure in the workplace, the purpose of this paper is to reveal that this inequality is based on the sexual division of labor. To this end, we will turn to the philosophical perspectives of the original contract in order to elucidate the existence of a sexual contract –the hidden half of the original contract that nurtures domination and exploration of women by men –and to point to possible escape routes from this uneven structure. Thus, we will follow through four points: I) The inequality between men and women in the Brazilian labor market -some data; II) The duplicity of the original contract: freedom and subjugation; III) Heterosexuality as a norm and the contra-sex proposal; and IV) Preliminary considerations.