O presente artigo aborda inicialmente um conjunto de hipóteses acerca das origens e do desenvolvimento da moralidade a partir de teses evolucionistas, oriundas da psicologia e da neurociência, juntamente com observações e críticas sobre os limites de tais hipóteses. Analisa também as possibilidades de tais análises e das discussões delas provenientes para a filosofia, retomando um antigo debate sobre a relevância das investigações empíricas para a prática filosófica. De maneira geral, defende-se que tais pesquisas contribuem para a ampliação da compreensão da nossa espécie, oferecendo um retrato mais elaborado da natureza e da condição humana. No caso específico da moralidade, é importante compreender os mecanismos psicológicos envolvidos nos juízos e nas reações morais, e a investigação do desenvolvimento de tais capacidades ajuda nessa compreensão.
This paper initially addresses a set of hypotheses about the origins and development of morality based on evolutionary theses, derived from psychology and neuroscience, together with observations and criticisms about the limits of such hypotheses. It also analyzes the possibilities of such analyzes and the discussions that they originated for philosophy, resuming an old debate about the relevance of empirical investigations for philosophical practice. In general, it is argued that such research contributes to the broader understanding of our species, offering a more elaborate portrait of nature and the human condition. In the specific case of morality, it is important to understand the psychological mechanisms involved in judgments and moral reactions, and the investigation of the development of such capacities helps in this understanding.