O artigo apresenta a inédita revolta escrava ocorrida na ilha de Santiago, Cabo Verde, que objetivou o apoderamento dos
quartéis, do paiol de pólvora e a morte dos proprietários; revelando a fragilidade da guarnição existente e a consequente
incapacidade de resposta. Ocorrida após o período de seca que se abateu sobre o arquipélago no início da década de 1830 e,
posteriormente, à proibição do comércio de escravizados pelo Brasil, a insurreição de dezembro de 1835 é mais uma ocorrência
da agitada e instável década e parte do processo de deslocamento de um império antes centrado na ex-colônia americana. O
levante exemplifica, uma vez mais, igualmente ao observado no Brasil a inconsistência da governação na conflagração de
sublevações, neste caso, no império português.
This article presents the unprecedented slave revolt on the island of Santiago, Cape Verde, which aimed at the seizure of
barracks, the powder magazine and the death of the owners; revealing the fragility of the existing garrison and the consequent
inability to respond. Occurring after the drought that hit the archipelago in the early 1830s and, subsequently, to the prohibition
of the slave trade by Brazil, the December 1835 insurrection is yet another occurrence in the agitated and unstable decade
and part of the process of displacing an empire that once centered on the former American colony. The uprising exemplifies,
yet again, what was observed in Brazil the inconsistency of governance in the conflagration of upheavals, in this case in the
Portuguese empire