O objetivo deste texto é analisar as determinações sociais e subjetivas que tornam as diferenças interpessoais ameaçadoras para
os indivíduos, produzindo nestes o ódio e a intolerância. Investigou-se os entrelaçamentos entre indivíduo e sociedade que
favorecem o surgimento de comportamentos intolerantes, tornando-os uma espécie de regra dentro da vida social regida pelo
capitalismo administrado. Com a realização deste estudo foi possível verificar que há uma tendência inerente às sociedades
administradas a promover o modo de funcionamento psíquico paranoico em seus indivíduos, resultando em uma lógica de
violência e intolerância como um mecanismo para a manutenção da própria coerência interna. Ao tornar-se um “existencial
social”, a paranoia deixa de ser uma categoria exclusivamente clínica para se tornar um modelo de administração da sociedade,
produzindo e reproduzindo nas subjetividades as suas características fundamentais. O referencial teórico e metodológico é a
Teoria Crítica da Sociedade.
This text aims to analyze the social and subjective determinations that make interpersonal differences threatening to individuals,
producing hatred and intolerance in them. It was investigated the intertwining between individual and society, which favored
the emergence of intolerant behaviors that make them a kind of rule within the social life ruled by administered capitalism.
Through the accomplishment of this study it was possible to verify that there is an inherent tendency in the administered
societies which might promote the paranoid psychic functioning in their individuals, resulting in certain logic of violence and
intolerance as a mechanism for maintaining their own internal coherence. By becoming a “social existential”, paranoia ceases
to be an exclusively clinical category to become a model for the administration of the society, producing and reproducing in its
subjectivities its fundamental characteristics. The theoretical and methodological framework is the Critical Theory of Society