A partir de uma análise da peça Sombra (Eurídice diz)[Schatten (Eurydike sagt)], 2011), o ensaio busca apresentar a dramaturgia feminista da escritora austríaca Elfriede Jelinek, laureada com o Prêmio Nobel de Literatura em 2004, mas ainda pouco conhecida no meio teatral brasileiro. Posicionando-se com um aparente pessimismo quanto à possibilidade real de uma superação da atual dominação masculina, a autora desenvolve uma política estética ao mesmo tempo idiossincrática e radical, um feminismo contraintuitivo que merece espaço nas discussões atuais sobre as possibilidades de uma cena não-falocêntrica.
Starting from an analysis of the play Shadow (Eurydice says) [Schatten (Eurydike sagt)] , 2011), the essay seeks to present the feminist playwriting of Austrian writer Elfriede Jelinek, winner of the 2004 Nobel Prize for Literature, but still little known in Brazilian theater. Positioning herself with an apparent pessimism as to the real possibility of overcoming the current masculine domination, the author develops an aesthetic politics which is at the same time idiosyncratic and radical, a counterintuitive feminism that deserves space in the current discussions on the possibilities of a non-phallococentric scene.