Pensar a Tradução: proposta para uma retradução de Gargantua

REU - Revista de Estudos Universitários

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ISSN: 2177-5788
Editor Chefe: Maria Ogécia Drigo
Início Publicação: 01/06/1968
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Pensar a Tradução: proposta para uma retradução de Gargantua

Ano: 2016 | Volume: 42 | Número: 1
Autores: L. H. P. Rodrigues
Autor Correspondente: L. H. P. Rodrigues | [email protected]

Palavras-chave: Retradução. Tradução ética. Literatura comparada.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este trabalho apresenta as linhas que orientam o trabalho em andamento referente à retradução da obra Gargantua, de François Rabelais, publicado em 1534. Mas por que retraduzir? Para "atualizar" textos considerados "clássicos"? Para "permitir uma nova vida à obra e, porventura, rever algumas escolhas em traduções anteriores?" Somente grandes textos, aqueles que, segundo Ezra Pound, conservam "uma frescura eterna e irreprimível", seriam merecedores de uma retradução? Seria quem sabe o caso de retraduções com objetivo único de atender as necessidades do mercado? A retradução de Gargantua objetiva contribuir para os Estudos Literários e de Tradução, através de uma reflexão sobre a prática tradutória e o papel do tradutor. Segue alguns preceitos sugeridos por Berman (2008). Sua execução observa, principalmente, três aspectos: a obra/autor, o tradutor e o leitor. Atenção especial à marca do tradutor, a partir da questão: até que ponto sua identificação implica defeito a interferir na fidelidade? Vale lembrar, apesar de óbvio, que tradução é tradução, não se trata da obra original em língua estrangeira equivalente em forma e sentido. Tradução é fruto do trabalho do tradutor e este deve apreender ao máximo as ideias do autor, seus propósitos e motivações, para então realizar seu trabalho, sem menosprezar o princípio fundamental que diz respeito à ligação entre tradução e seu original.



Resumo Inglês:

The communication will present the guidelines for a work in progress regarding the retranslation of the literary work Gargantua by François Rabelais, published in 1534. So why retranslate? To “modernize” texts considered as “classics”? To “permit a new life to the work and, perhaps, to reconsider some choices in previous translations? “Only great texts, the ones that according Ezra Pound retain “an eternal fresh and unconquerable” would be worthy of a retranslation? It would be, perhaps, the case of a retranslation with the sole purpose to meet the market needs? The retranslation of Gargantua aims to contribute to the Literary and Translation Studies, through the reflection on the translation practice and the role of the translator. It follows some precepts suggested by Berman (2008). Its implementation maintains, mainly, three aspects: the work/author, the translator and the reader. Special attention to the marks of the translator, from the question: to what extent the identification of the translator could imply on a flaw that interferes in fidelity? It worth recalling, though self-evident, that a translation still is a translation, and it is not an original work in a foreign language that maintains the equivalency of form and meaning. Translation is the result of the translator’s work and he must apprehend to the maximum the ideas of the author, his purposes and motivations, and only then carry out his translation, without underestimating the fundamental principle that regards the connection between the translation and its source.