Este artigo se baseia em duas premissas: a de que existe ciência produzida pelos povos nativos, e, ainda, que o modelo educativo que lhes é específico difere daquele reproduzido nas esferas educacionais oficiais. A partir do olhar decolonial, reforça-se a necessidade de dar vez e voz aos acadêmicos indígenas, que buscam, em suas produções intelectuais, recuperar e destacar a força de suas tradições, rompendo com a fragmentação e hierarquização presentes na ciência ocidental. Destaca-se ainda a construção da Pedagogia da Retomada, como uma possibilidade de dar visibilidade a conhecimentos e metodologias produzidos por acadêmicos da etnia Kaingang, apontando diferentes olhares para a organização dos processos educativos, em contraposição ao modelo racional e instrumental imposto pela lógica eurocêntrica.