Este artigo evoca a tra(d)ição do cabaré, em seu caráter anti-canônico, desde seu surgimento na Europa até a intensificação de sua potência insurgente nos territórios do que se convencionou chamar por América Latina. Assim, operando por contraste, a ruptura com o modelo hegemônico da dramaturgia ocidental, com a divisão entre cultura popular e erudita, com a espacialidade bidimensional, com a branquitude na qual foi engendrado – mas também a sua característica teatromusicalidade, bem como o protagonismo dos corpos femininos e gênero-sexodissidentes -, fornecem subsídios para pensar sobre uma ética decolonial que anima esta maquinaria estética e política, disseminadora de diferenças.
This article evokes the tradition/treason of cabaret, in its anti-canonical character, from its emergence in Europe to the intensification of its insurgent power in the territories of what was conventionally called Latin America. Thus, operating by contrast, the break with the hegemonic model of western dramaturgy, with the division between popular and erudite culture, with the two-dimensional spatiality,with the whiteness in which it was engendered- but also its theatricality-musicality, as well as the protagonist of women and gender-sex-dissidents bodies-, providesubsidies for thinking about a decolonial ethics that animates this aesthetic and political machinery, which disseminates differences.