O artigo analisa The Connection, de Jack Gelber, estreada em 1959, no Living Theatre, onde se tornou um fenômeno cultural da Off-Broadway nova-iorquina. Utilizando o recurso da peça-dentro-da-peça, a obra mescla a espera de um grupo de viciados em heroína pela chegada de seu fornecedor, apresentada de modo bastante desimpedido, com o registro do próprio processo de dramatização do cotidiano de usuários de narcóticos. Através do estudo de sua ossatura metateatral, bem como de suas ambíguas provocações a diversas tendências formais e temáticas típicas do mainstream estadunidense coetâneo, propõe-se como uma legítima singularidade o seu investimento deliberado no enfado das plateias.