A pesquisa se insere no debate sobre movimentos sociais e Estado, com foco em como as instituições estatais controlam a ação dos ativistas. A partir dos aportes da literatura internacional sobre policiamento a protestos, busca realizar o mapeamento longitudinal de padrões e variações do policiamento a protestos no estado do Rio Grande do Sul no período de 1970 a 2015. Com base nos dados do projeto “Regimes e Repertórios Associativos: oportunidades políticas e organização social no Brasil”, realizamos a análise dos eventos de protesto ocorridos no estado do Rio Grande do Sul entre 1970 e 2015 a partir de dois eixos norteadores: seletividade do repertório policial quanto a atores e reivindicações; interações táticas entre manifestantes e forças policiais. Os resultados indicam a predominância de táticas de repressão física, pouco tolerantes à demonstração pública de demandas coletivas, com protagonismo das Polícias Militares; a concentração da ação policial sobre reivindicações e grupos mais “ameaçadores” às elites políticas; a tendência de que táticas da ação coletiva disruptivas sejam mais duramente policiadas.