O presente artigo objetiva analisar repertórios de policiamento acionados na prisão de manifestantes do Caso Centro Cultural São Paulo, ocorrido em setembro de 2016. Exploramos problemáticas como: o uso de roupas escuras, máscaras, vinagres e kits de primeiros socorros como “indícios” de autoria e de materialidade de condutas; a infiltração de agentes do Exército em grupos de ativismo; e a atribuição de legitimidade aos protestos, a depender de elementos como as representações sociais, os repertórios, as ideologias e as pautas defendidas pelos manifestantes. A pesquisa adota estratégia de estudo de caso e metodologia qualitativa, com análise de documentos judiciais e de notícias jornalísticas relacionadas ao caso. Em síntese, conclui-se que o repertório mobilizado na abordagem policial apresentou características do modelo de “incapacitação estratégica”, e que houve uma articulação entre distintas instituições para a neutralização dos manifestantes e o posterior processamento do caso no sistema de justiça criminal.