Esse artigo apresenta uma análise do filme As filhas do fogo, da argentina Albertina Carri (2019), reivindicado pela cineasta como pornô feminista. Vemos, no longa de ficção, um grupo de mulheres que viaja pela Patagônia argentina em uma vivência lésbica orgiástica. Com inspiração nas teorias queer, nos estudos sobre sensorialidade no cinema e sobre pornografia, além da noção de prática reparadora em Eve Sedgwick (2020), o trabalho busca identificar os modos como a obra provoca deslocamentos nas figurações do desejo feminino, produzindo uma política da imagem em diálogo com o que Paul B. Preciado (2007, 2018) chama de feminismo lúdico, que encontra no audiovisual, na literatura ou na performance seus espaços de ação e que seria capaz de operar como mecanismo de resistência às normatividades sexuais.
This paper presents an analysis of The Daughters of Fire, a film by the Argentine filmmaker Albertina Carri (2019), claimed by her as feminist porn. In the fiction feature, we see a group of women who travel through Argentine Patagonia in an orgiastic lesbian experience. Inspired by queer theories, studies on sensoriality in cinema and pornography, in addition to the notion of reparative practice in Eve Sedgwick (2020), the work seeks to identify the ways in which the films provokes displacements in the figurations of female desire, producing a politics of image in dialogue with what Paul B. Preciado (2007, 2018) calls playful feminism, which finds its spaces of action in audiovisual, literature or performance and which would be able to operate as a mechanism of resistance to sexual normativities.
Este artículo presenta un análisis de la película Las hijas del fuego, de la argentina Albertina Carri (2019), reivindicada por la cineasta como un porno feminista. En el largometraje de ficción, vemos a un grupo de mujeres que recorren la Patagonia argentina en una experiencia lésbica orgiástica. Inspirándose en las teorías queer, los estudios sobre la sensorialidad en el cine y la pornografía, además de la noción de práctica reparadora en Eve Sedgwick (2020), este trabajo busca identificar las formas como la obra provoca desplazamientos en las figuraciones del deseo femenino, produciendo una política de la imagen en diálogo con lo que Paul B. Preciado (2007, 2018) denomina feminismo lúdico, que encuentra sus espacios de acción en el audiovisual, la literatura o la performance y que sería capaz de operar como mecanismo de resistencia a las normatividades sexuales.