Carta à performer Eleonora Fabião: o que pode um corpo que sofre

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ISSN: 1414.5731
Editor Chefe: Vera Regina Martins Collaço
Início Publicação: 01/08/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes

Carta à performer Eleonora Fabião: o que pode um corpo que sofre

Ano: 2016 | Volume: 2 | Número: 27
Autores: Flávia Naves
Autor Correspondente: Flávia Naves | [email protected]

Palavras-chave: Corpo, ferida, programa performativo, performance

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Nesta carta escrita à performer Eleonora Fabião, relato a criação e execução do que ela chama de “programa performativo” como uma ferramenta de apropriação do meu corpo e das feridas que nele se inscrevem. Partindo da definição de David Lapoujade para um “corpo que não aguenta mais”, e desejando a criação de um “corpo sem órgãos” proposta por Gilles Deleuze e Félix Guattari, aposto num corpo performativo como aquele que sabe se proteger das “feridas grosseiras” sem cair em uma “queda suicida ou demente”. Analiso a realização da performance Vodu como um “motor de experiência” que, ao evocar a potência de um corpo exposto às feridas, recusa deixar de sentir.



Resumo Inglês:

In this letter to the performer Eleonora Fabião, I report the creation and execution of what she calls “performative program” as an appropriation tool of my body and of the wounds that are inscribed in it. Starting from the definition of David Lapoujade for a “body that cannot take anymore”, and wishing to create a “body without organs” proposed by Gilles Deleuze and Felix Guattari, I suggest a performative body as a kind of body who knows to protect himself from the “gross wounds” without falling into a “suicidal or insane fall.” I analyze the realization of “Vodou” performance as an “experience motor” that evokes the power of a body exposed to the wounds and its refusing in leting to feel.