INTRODUÇÃO: Micose fungoide (MF) é um tipo de linfoma cutâneo de células T com incidência aproximada de 0,41/100.000 indivíduos anualmente. O presente relato ressalta os impactos do atraso diagnóstico na evolução da doença. RELATO DO CASO: Paciente do sexo feminino buscou assistência médica no serviço de dermatologia da Universidade do Estado do Pará (UEPA), em novembro de 2017, apresentando três placas eritemato-hipercrômicas infiltradas, duas no abdômen e uma descamativa no membro inferior esquerdo, e linfonodo palpável na região inguinal esquerda com crescimento progressivo que iniciou em 2011. A paciente relatou que havia sido submetida a vários exames e tratamentos, assistida por seis profissionais médicos de diferentes especialidades e realizado quatro exames histopatológicos. O caso foi investigado no serviço de dermatologia, tendo sido realizado estudo imunohistoquímico e concluído o diagnóstico de MF. A paciente iniciou tratamento com metotrexato 15 mg e ácido fólico 5 mg, em dose única semanal, e fototerapia com PUVA, tendo apresentado melhora significativa, porém, com extensa área de atrofia e infecções secundárias. CONCLUSÃO: O presente caso é um problema de saúde pública que reforça a necessidade de capacitação adequada de médicos para identificação e tratamento precoce de MF.
INTRODUCTION: Mycosis fungoides (MF) is a cutaneous T-cell lymphoma with an incidence of approximately 0.41/100,000 individuals annually. This report highlights the impacts of delayed diagnosis on the evolution of the disease. CASE REPORT: A female patient sought medical assistance at the dermatology service of the Universidade do Estado do Pará (UEPA), Brazil, on November 2017, due to three infiltrated erythematous-hyperchromic plaques, two on the abdomen and one scaly on the left lower limb, and a palpable lymph node in the left inguinal region with progressive growth which started in 2011. The patient reported that she had undergone several tests and treatments and was seen by six medical doctors of different specialties and underwent four histopathological exams. The patient's case was investigated in the dermatology service of UEPA; an immunohistochemical study was performed, concluding the diagnosis of MF. She was treated with methotrexate 15 mg and folic acid 5 mg in a single weekly dose and phototherapy with PUVA, showing significant improvement after treatment, but with an extensive area of atrophy and secondary infections. CONCLUSION: The present case is a public health issue that reinforces the need for adequate medical training for early identification and treatment of MF.