Starting from ethnographic experiences lived with two interlocutors who make the streets of the city of São Paulo their homes (Claudemir, located on the famous Rua Augusta e Zé, which was established around of the Santo Amaro Metro), this article aims to foster the debate on the singularities of ethnographic practice in the universe of streets. Using a Foucaultian theoretical analysis perspective, linked to the contributions of Walter Benjamin and Georg Simmel, the analysis emphasizes the different possibilities of perceiving these lives in other keys that are not only linked to repression, repairing the subjects in question not in the margins of society, but in a kind of "third bank" of the city.
Partindo de experiências etnográficas vividas junto a dois interlocutores que fazem das ruas da cidade de São Paulo suas moradas (Claudemir, situado na famosa Rua Augusta e Zé, que se estabeleceu nos arredores do Metrô Santo Amaro), esse artigo pretende fomentar o debate sobre as singularidades da prática etnográfica no universo das ruas, mas, principalmente, refletir sobre as construções diferenciais de significados que aparecem nesses “outros lugares” da cidade. Utilizando-se de uma perspectiva teórica foucaultiana, unida às contribuições de Walter Benjamin e Georg Simmel, a análise enfatiza as distintas possibilidades de perceber essas vidas em outras chaves que não ligadas apenas à repressão, reparando os sujeitos em questão não à margem da sociedade, mas sim em uma espécie de "terceira margem" da urbe.