Visando debater acerca da divisão social do trabalho e de como ela se manifesta no Campo do Design de Moda, além do papel social do designer de moda na cadeia produtiva, o presente artigo apresenta duas noções antagônicas que visam explicar importantes transformações ocorridas na sociedade industrial na segunda metade do século XX: “sociedade pós-industrial” do autor Daniel Bell, e “capitalismo tardio” de Ernst Mandel. Cada uma dessas teorias provém de distintos posicionamentos ideológicos e tem impacto no Campo do Design, tanto no que diz respeito à produção teórica quanto à formação e às práticas profissionais dos designers. Sendo assim, através de pesquisa bibliográfica, iniciamos o artigo com uma reflexão acerca da produção de materialidade e de imaterialidade no Design e, a seguir, confrontamos essas duas importantes correntes teóricas e as relacionamos a outras que entendemos ser decorrentes de uma delas – “fim do trabalho”, “design enquanto processo” – e a questões objetivas e concretas de um dos ramos do design em que a produção material e o enorme contingente de trabalhadores são inegáveis: o Campo da Moda. Entre essas questões estão a divisão social do trabalho e a propagação da noção mítica de criador individual, inclusive reproduzida pelo sistema de ensino.