Enquanto os expoentes da pedagogia crítica argumentam que ela é um enquadramento apropriado para desafiar os discursos dominantes que buscam perpetuar as relações de poder opressivas e desigualdades sociais, outros começam a contra-argumentar que ela ainda permanece uma “pedagogia do oprimido”. Ao continuar a construir um “mundo” dividido em oposições binárias de raça, classe, gênero e etnias, a pedagogia crítica tende a encobrir relações mais complexas de poder nas quais estas categorias são fluídas em vez de fixas. Este artigo argumenta que em situações de pós-conflito tais como a da África do Sul pós-apartheid, onde a linha divisória entre perpetuadores e vítimas tende a se esvaecer, a linha divisória entre opressor e oprimido torna-se menos clara e escorregadia. O artigo propõe a adoção de uma pedagogia pós-crítica alternativa que possa transcender tais fronteiras rígidas.