A violência representa na nossa sociedade, ao mesmo tempo, um tabu e um grave problema social que exige respostas complexas. Essas duas características fazem do trabalho em face da violência uma tarefa desafiadora que põe à prova ao máximo nossas instituições e equipes profissionais. Isso deve nos fazer refletir a fim de podermos desenvolver antídotos que permitam reduzir e prevenir os danos e os efeitos tóxicos que o veneno da violência inocula nas equipes profissionais que a atendem. Este artigo reúne alguns conceitos teóricos básicos sobre os estudos do autocuidado com equipes de cuidadores que se relacionam diariamente com o sofrimento humano, em diálogo com a experiência dos autores no âmbito da violência. Mais adiante, propoe-se uma reflexão sobre o trabalho da equipe no caso de Raul e, por último, algumas considerações acerca da implementação das estratégias de autocuidado em equipes profissionais.
Violence is in our society at the same time a taboo and a serious social problem, wich requires complex answers. Both aspects make working with violence a challenging task that puts our institutions and professional teams to the limit. This should make us reflect in order to develop antidotes that enable us to reduce and prevent the damage and toxic effects that violence's venom inoculate in the professional teams. This article contains some basic theoretical concepts of studies about self-care in professional teams that relate daily with human suffering, in dialogue with the authors' experience in the violence field. Finally, it brings some observations on the team's work with Raul's case, and some considerations about the implementation of self-care strategies in professional teams.