Há quase duas décadas disseminou-se uma metodologia de pesquisa para o estudo de indumentária que vem crescentemente influenciando o ensino de história da moda (mais do que da indumentária) e os projetos de pesquisa em cursos de pós-graduação no Brasil. Tratase do estudo com base na observação e análise de artefatos, do inglês “object-based
research”. Método amplamente empregado por profissionais de áreas como arqueologia, antropologia, conservação de bens culturais e museologia, o estudo de artefatos é comumente relacionado à cultura material, às questões ligadas ao patrimônio histórico-cultural e à
memória. Neste ensaio, proponho uma reflexão acerca da disseminação de metodologias de estudo de indumentária por meio da análise de artefatos visando a pesquisa e ensino de história da moda no Brasil. Conceitos e aportes teóricos bastante citados em artigos científicos e de divulgação no país, a exemplo do método proposto por Jules Prown (1982), bem como desafios à patrimonialização da indumentária no país serão tratados e revisados considerando-se um amadurecimento necessário para este campo de investigação.