O Papa Francisco tem insistido na “sinodalidade” como forma concreta de viver os princípios de comunhão, participação, subsidiariedade e corresponsabilidade pastoral hauridos no Concílio Vaticano II (1962-1965). Para viver esta sinodalidade nos dias de hoje, podemos buscar inspiração na tradição sinodal do cristianismo antigo. Um de seus aspectos mais característicos era a preocupação com a comunhão, a busca da unidade da fé e da disciplina entre as numerosas comunidades cristãs, dispersas pelo Império Romano. A realização de sínodos ou concílios foi o caminho encontrado para viver a comunhão entre as Igrejas em âmbito regional, local e universal. O nascimento da praxe sinodal se deu no século II, desenvolveu-se no século III e, ao encontrar a maturidade no início do século IV, desembocou na instituição do concílio ecumênico. Com o Concílio de Niceia abriu-se uma nova etapa na história do cristianismo. Há uma continuidade e descontinuidade entre os concílios desses três séculos e os grandes concílios ecumênicos da antiguidade cristã. Neste artigo queremos dar a conhecer, de maneira panorâmica, a evolução dessa praxe, de raízes evangélicas, destacando uma série de concílios ou sínodos antigos, com suas características, eclesialidade emergente e seu significado para o caminho sinodal da Igreja nos tempos atuais.
Pope Francis proposes “synodality ” as “the way of life of the Church”. To “walk ogether” today, we can look to the synodal tradition of ancient Christianity for nspiration. One of its most characteristic aspects was the search or the unity of faith and discipline among the numerous Christian communities, dispersed throughout the Roman Empire. The holding of synods or councils was the way found to live communion between the Churches at regional, local and universal levels. The synodal praxis was born in the 2nd century, developed in the 3rd century and, when it matured in the beginning of the 4th century, it ended up in the institution of the ecumenical council. The Council of Niceia opened a new stage in the history of Christianity. There is a continuity and discontinuity between the cou ncils of these three centuries and the great ecumenical councils of Christian antiquity. In this article we want to present, in a panoramic way, the evolution of this practice, with its characteristics, emerging ecclesiality and its meaning for the Church’s synodal path in the present times.