Este artigo pretende focalizar o leitor numa compreensão de Maria, a partir do testemunho bíblico, entendendo-o como um eco do lugar que Maria ocupou e viveu como mãe de Jesus e como discípula entre os discípulos. Pretende uma apresentação bíblico-teológica, capaz de estabelecer paralelos e diferenças entre as narrativas de Evangelho. O ponto de partida é o testemunho bíblico sobre Maria, na constatação dos seus silêncios, mas também da sua sobriedade e diversidade. Entre os aspetos mais signifi cativos sublinha-se a admirável simbiose entre as dimensões de mãe e discípula. É ela quem nos prepara para uma releitura teológica do sim de Maria como a realização de um sinal oferecido à história: o dom de salvação. Compreende-se, então, que Maria tenha permanecido como a ‘bendita entre as mulheres’, a primeira entre os discípulos e discípulas, interpelando constantemente o modo como entendemos e vivemos a nossa relação com Deus, e a nossa devoção a Maria.
This article intends to focus the reader in understanding Mary, 1 Este artigo resulta de uma apresentação no VII Simpósio de Teologia PUC-Rio, sobre: Maria: Escritura, Teologia e Religiosidade, no decorrer do Ano Jubilar Mariano: 300 anos de história. 10.17771/PUCRio.ATeo.34494 408 ATeo, Rio de Janeiro, v. 22, n. 59, p. 407-423, mai./ago.2018 assuming the biblical narrative as an echo of the place Mary occupied and lived as the mother of Jesus and as a disciple among the disciples. It seeks a biblical-theological presentation, capable of establishing parallels and differences between the Gospel narratives. The starting point is the biblical testimony about Mary, observing the narrative silences, but also its sobriety and diversity. Among the most signifi cant aspects, we place the admirable symbiosis between the dimensions of mother and disciple. It is this symbiosis that prepares us for a theological reading of Mary’s ‘yes’, as the realization of a sign offered to history: Jesus the gift of salvation. It is understood, then, that Mary has remained as the ‘blessed among women’, the fi rst among the disciples, questioning constantly how we understand and live our relationship with God, and our devotion to Mary.