"Segurança é um dever de todos" representações coletivas e as políticas de segurança pós-pacificação no Rio de Janeiro

Revista Brasileira de Segurança Pública

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ISSN: 19811659
Editor Chefe: Paula Ferreira Poncioni
Início Publicação: 28/02/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

"Segurança é um dever de todos" representações coletivas e as políticas de segurança pós-pacificação no Rio de Janeiro

Ano: 2019 | Volume: 13 | Número: 1
Autores: Clara Gomes Polycarpo
Autor Correspondente: Clara Gomes Polycarpo | [email protected]

Palavras-chave: Camadas médias, políticas de segurança, redes de mercado, políticas públicas, Rio de Janeiro

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo pretende abordar uma das preocupações mais latentes da sociedade carioca atual: a questão da violência urbana e o “problema da segurança pública”. A noção de violência urbana, aqui, não diz respeito, porém, a eventos violentos isolados ou ao percentual de atos criminosos em determinadas camadas da sociedade e/ou regiões da cidade, mas sim à sua articulação com a ordem social, como referência de modelos de conduta construídos simbolicamente no convívio social cotidiano. No contexto atual de agenda da política de segurança pública, por exemplo, após uma década de atuação, a lógica do modelo de pacificação, implementado na cidade do Rio de Janeiro desde 2008, e todo o aparato de dispositivos, técnicas e discursos que o legitimou, passa a sofrer desmantelamentos, abrindo espaço para novos problemas de segurança e novos reordenamentos de políticas em disputa na cidade. Para tanto, analisa-se a organização das camadas médias da zona sul do Rio de Janeiro em relação às suas redes de programas, projetos e políticas de segurança no período atual, a partir do acompanhamento dos Conselhos Comunitários de Segurança, e as representações coletivas a respeito da violência urbana e das políticas de segurança em suas redes de mercado e interesses em um novo projeto de militarização (e securitização) da cidade.



Resumo Inglês:

This article intends to address one of the most latent concerns of current Rio society, and especially of public authorities: the question of urban violence and the problem of public security. The notion of urban violence here does not refer to isolated violent events or to the percentage of criminal acts in certain strata of society and/or city regions, but rather to their articulation with the social order itself, as a reference for models of conduct built symbolically in everyday social life. In the current context of the public security policy agenda, for example, after a decade of activity, the logic of the pacifi-cation model, implemented in the city of Rio de Janeiro since 2008, and the whole apparatus of devices, techniques and speeches that legitimized it, starts to suffer dismantling, opening up space for new security problems. To this end, I analyze the organization of the middle classes of the South Zone of Rio de Janeiro in relation to their networks of programs, projects and security policies in the current period, following the monitoring of the Community Safety Councils, and the current collective representations about urban violence and security policies in their market networks and interests in a city security project.