O presente artigo é resultado de uma pesquisa mais ampla, de natureza qualitativa, sobre a cooperação técnico-militar e técnico-policial entre Portugal, Brasil e Angola. O objetivo é analisar a situação atual da cooperação com base em fonte bibliográfica e documental. Em particular, pretende-se descrever e examinar os discursos formulados em torno da cooperação por atores ligados aos segmentos diplomático, ao planejamento estratégico e técnico-operacional. Em seguida, ressaltam-se os pontos fortes, os pontos fracos, as oportunidades e as ameaças apresentadas pela referida cooperação. Os resultados mostram que apesar das divergências verificadas nos discursos, os atores salientam que a cooperação existente pode ser reforçada sobretudo nas áreas da formação policial e em economia da defesa. Além disso, apontam como ponto forte da cooperação a partilha de uma língua comum; como ponto fraco as assimetrias políticas, financeiras e científicas dos países envolvidos; como oportunidade, a participação conjunta em operações humanitárias sob a égide das Nações Unidas e, por fim, como ameaça, a subvalorização dos objetivos coletivos em favor dos objetivos individuais.
This paper aims to show the outcomes of a qualitative research about technical- military and technical- police cooperation among Portugal, Brazil and Angola. The main objective of the research was studying the cooperation through application of bibliographic and documental analyzes. The research had a specific objective of identifying, describing and analyzing the discourses edited by actors of diplomatic, strategical planning and technical operational sectors. After that, the research searched to identify strengths, weakness, opportunities and threats presented by the cooperation. The outcomes highlighted that the actors believe that the mentioned cooperation can be strengthened especially on training and defense´s economy areas despite divergences of points of view verified. They have mentioned also that sharing Portuguese as common language can be an advantage in strengthening the cooperation. They have identified political, financial and scientific asymmetries among the countries as the main threat. For them, engagement in humanitarian missions conducted by United Nations is a good opportunity to the countries and the predominance of individual objectives to contrary to collective ones can be a threat to strengthen cooperation.