Este artigo é uma reflexão sobre a importância da análise das opressões estruturais de gênero, classe e raça, por meio de uma prática que não reitere princípios de segregação e exclusão. A relevância deste texto se vê nas inúmeras práticas cotidianas de desvalorização de determinados corpos e de expropriação de suas subjetividades por não se adequarem às normas sociais, culturais e políticas. O conceito de co-constituição das opressões foi apropriado de María Lugones e ocupa papel central no artigo, que coloca em questão a interseccionalidade, por meio de um debate com autores como Ramón Grosfoguel, Sueli Carneiro, Kimberlé Crenshaw e Lélia Gonzalez, tendo por principal motivação a constatação de que a análise das opressões de forma co-constituinte já caracteriza uma resistência à forma de mundo colonial capitalista iniciada no século XV. Por último, a partir do arcabouço teórico levantado pela discussão sobre asopressões da colonialidade, faz-se possível buscar, no corpo fraturado pelas hierarquizações e segregações normativas, formas de combater ao regime colonial capitalista, com base nas discussões sobre micropolíticas ativas e reativas de Suely Rolnik.
This article is a reflection on the importance of analyzing the structural oppressions of gender, class and race, through a practice that does not reiterate principles of segregation and exclusion. The relevance of this article is seen in the countless everyday practices of devaluing certain bodies and expropriating their subjectivities, as they do not fulfill social, cultural and political norms. The concept of co-constitution of oppressions was taken from María Lugones and occupies a central role in the article that questions intersectionality, through a debate with authors such as Ramón Grosfoguel, Sueli Carneiro, Kimberlé Crenshaw and Lélia Gonzalez. The main motivation is the observation that the analysis of oppressions in a co-constituting way already characterizes a resistance to the colonial capitalist world form that began in the 15th century. Finally, from the theoretical framework raised by the discussion on the oppressions of coloniality, it is possible to seek, in the body fractured by hierarchies and normative segregations, ways to fight the capitalist colonial regime based on the discussions about active and reactivee micropolitics of Suely Rolnik.