O artigo explora o conceito de colonialidade, com o objetivo de demarcar seus aportes possíveis para o problema das políticas do tempo que orientam os modos de elaboração das experiências históricas sob as mais variadas formas de historiografia, bem como as demandas por reconhecimento e reparação histórica. A discussão vincula-se aos impasses entre universalismos e particularismos, deixados em aberto pela crítica aos fundamentos eurocêntricos de construção do conhecimento histórico, alinhando-se à ideia de que uma guinada decolonial não se efetua sem a crítica aos usos da temporalidade e aos silenciamentos, provocados pela perspectiva historicista que estabelece uma relação de distância irreversível com o passado. O argumento central é o de que a colonialidade, como lógica latente e incômoda que organiza as condições do presente, ao sinalizar uma dívida irreparável do passado, poderia funcionar também como categoria operatória de politização do tempo na ultrapassagem das determinações da história.
The article explores the concept of coloniality, with the aim of demarcating its possible contributions to the problem of the politics of time that guide the ways of elaborating the historical experiences under the most varied forms of historiography, as well as the demands for recognition and historic repair. The discussion is linked to the impasses between universalisms and particularisms, left open by the critique of the eurocentric foundations for the construction of historical knowledge, in tune with the idea that a decolonial shift does not take place without criticizing the uses of temporality and silencing, caused by the historicist perspective that establishes an irreversible distance relationship with the past. The central argument is that coloniality, as the latent and uncomfortable logic that organizes the conditions of the present, by signaling an irreparable debt of the past, could also function as an operative category of politicization of time in overcoming the determinations of history.
El artículo explora el concepto de colonialidad, con el objetivo de demarcar sus posibles aportes al problema de las políticas del tiempo que orientan las formas de elaboración de las experiencias históricas bajo las más variadas formas de historiografía, así como la demandas de reconocimiento y reparación histórica. La discusión está ligada a los impasses entre universalismos y particularismos, dejados abiertos por la crítica de los fundamentos eurocéntricos para la construcción del conocimiento histórico, em sintonia de la idea de que no se produce un giro descolonial sin criticar los usos de la temporalidad y el silenciamiento, provocados por la perspectiva historicista que establece una relación de distancia irreversible con el pasado. El argumento central es que la colonialidad, como lógica latente e incómoda que organiza las condiciones del presente, al señalar una deuda irreparable del pasado, puede funcionar también como categoría operativa de politización del tiempo en la superación de las determinaciones de la historia.