José de Alencar, principal nome do movimento literário romântico no Brasil, viveu entre 1829 e 1877, período em que a Geologia se consagrou como ciência e se tornou assunto de interesse também fora da comunidade cientifica. O escritor brasileiro não ficou insensível às questões geológicas e ao longo de sua obra são encontrados vários exemplos de Geologia Estética, que se torna mais relevante a partir de seu casamento com Georgina Cochrane, pertencente a uma família escocesa admiradora das montanhas e de sólida formação literária e científica. A personificação de rochas e montanhas e a utilização de vulcões como metáforas de sentimentos ocultos são as expressões mais contundentes nos romances de Alencar; suas visões estão em acordo com a percepção sombria manifestada por Thomas Burnet e pelos poetas britânicos em relação às rochas. Para Alencar, o granito é a “rocha” por excelência e, assim como Goethe, o escritor demonstra desconforto diante do modelo plutonista defendido por Hutton e Lyell.
José de Alencar, a leading name of the romantic literary movement in Brazil, lived between 1829 and 1877, a period in which geology was recognized as an independent science, and in which it became a subject of interest outside the scientific community. The writer was not insensitive to geological questions, and his works show several examples of aesthetic geology. The use of geological elements in his novels becomes more expressive after his marriage with Georgina Cochrane, who was part of a Scottish family with a solid literary and scientific background, and whose members were admirers of the mountains. The use of volcanoes as metaphors for hidden feelings and the personification of rocks and mountains are the most expressive poetic use of geological features in his novels. His gloomy views about rocks and mountains are in tune with the perception manifested by Thomas Burnet and the British romantic poets. In Alencar’s books, granite is “the rock” par excellence, and like Goethe, the writer shows displeasure with the plutonic model advocated by Hutton and Lyell.