Grupos covers de K-pop (K-covers) corporificam seus ídolos sul-coreanos em práticas coreográficas online e offline ao mesmo tempo que, a partir da especificidade de seus corpos, coreografam o gênero em suas aparições performáticas. A relevância desta investigação está em apresentar ferramentas teórico-metodológicas para a análise de fenômenos da cultura pop (os covers), a partir das intersecções das noções de interculturalidade e dos estudos de gênero. Apresenta, como metodologia, a análise de vídeos de grupos covers de K-pop em que jovens LGBTQIA+ (negros, gordos e trans) reencenam coreografias de girl groups (grupos de garotas) de K-pop promovendo rasuras performáticas interculturais. Como resultado, apresenta a ressignificação do aegyo (aqui pensado como “fofura” dos grupos femininos de K-pop) que, coreografado por jovens LGBTQIA+ em contextos fora da Coreia do Sul, operam sob a lógica do close, da fechação e do lacre.
K-pop cover groups (K-covers) embody their South Korean idols in online and offline choreographic practices while, from the specificity of their bodies, “choreograph gender” in their performance appearances. The relevance of this investigation is to present theoretical and methodological tools for the analysis of pop culture phenomena (covers), from the intersections of the notions of interculturality and gender studies. It presents, as methodology, the analysis of videos of K-pop cover groups in which LGBTQIA + young people (black, fat and trans) re-enact choreography of K-pop girl groups promoting intercultural erasures. As a result, it presents the resignification of aegyo (here thought of as “cuteness” by female K-pop groups) that, choreographed by LGBTQIA + young people in contexts outside South Korea, operate under the logic of fierceness and “slayness”.