O estudo do suicídio constitui-se em frente investigativa recente no campo historiográfico, se comparado à atenção dispensada ao fenômeno pelas áreas da saúde e por outras disciplinas das humanidades como a Sociologia e a Psicanálise. Estas duas últimas, pelo menos desde o século XIX, jogam luz sobre o problema ao desnudarem as influências do desequilíbrio psíquico, das anomias sociais, das dimensões culturais e do ambiente no comportamento melancólico do indivíduo, que o aparta da luta existencial a favor da vida. A História, por sua vez, pode contribuir com a apreensão dos significados que o ato adquiriu ao longo do tempo e em conjunturas particulares. Objetiva-se compreender o lugar ocupado pelo suicídio na historiografia que, a partir das décadas de 1970 e 1980, não foi esquecido e contribuiria ao estudo do objeto.