Uso de acaricidas em Rhipicephalus (B.) microplus de duas regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul

Acta Scientiae Veterinariae

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Início Publicação: 31/12/1969
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Medicina Veterinária

Uso de acaricidas em Rhipicephalus (B.) microplus de duas regiões fisiográficas do Rio Grande do Sul

Ano: 2008 | Volume: 36 | Número: 1
Autores: Tânia Regina Bettin dos Santos, Nara Amélia da Rosa Farias, Nilton Azevedo Cunha Filho, Itabajara da Silva Vaz Junior
Autor Correspondente: Tânia Regina Bettin dos Santos | [email protected]

Palavras-chave: manejo, acaricidas, epidemiologia, serra do sudeste e encosta do sudeste

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A preocupação com a seleção de populações de Rhipicephalus (B.) microplus resistentes aos acaricidas é mundial.
No Brasil, o aparecimento de resistência não é monitorado de maneira sistemática, o que dificulta o seu controle, pois quanto
mais rápido a resistência for detectada, menor é o impacto sobre a produção pecuária. No presente estudo foram analisadas,
pelo teste de Drummond, trinta populações de carrapatos de duas regiões fisiográficas do sul do Rio Grande do Sul (Serra do
Sudeste e Encosta do Sudeste). Foi realizada uma abordagem epidemiológica com os proprietários ou administradores das
fazendas para analisar as diferenças e/ou semelhanças das técnicas de manejo e eficácia dos produtos acaricidas (amitraz,
cipermetrina, deltametrina, associação de piretróides sintéticos e organofosforados e associação entre organofosforados) entre
as regiões. Observou-se que, em relação à eficácia média dos acaricidas, somente houve diferença (p<0,05) para a deltametrina,
sendo maior na Encosta do Sudeste (54%) em relação a Serra do Sudeste (37%). Entretanto, ao analisar as eficácias mínimas
entre as duas regiões, observou-se que houve diferença (p<0,05) para o amitraz de 8% na Serra do Sudeste e 56% na Encosta
do Sudeste, assim como para cipermetrina, que foi 0% na Serra do Sudeste e 7% na Encosta do Sudeste, portanto, as eficácias
mínimas foram menores na Serra do Sudeste. No levantamento epidemiológico, a maioria das questões abordadas não apresentou
diferença estatística (p>0,05), exceto em relação ao número de aplicações de carrapaticidas ao ano que foi maior na Serra
do Sudeste. Devido à grande biodiversidade existente entre várias regiões do Brasil, a detecção da resistência deve ser feita de
forma regionalizada, já que regiões fisiográficas próximas e semelhantes apresentaram padrões diferentes de manejo e de
eficácia aos acaricidas.



Resumo Inglês:

Substantial worldwide attempt has been focused on control and characterization of acaricide-resistant Rhipicephalus
(B.) microplus ticks. In Brazil, it is difficult to obtain reliable estimates of the number of acaricide-resistant cases, since there is
the lack of an ample data-collecting infrastructure. In the present study, thirty tick populations from two physiogeographical
regions of Rio Grande do Sul (Serra do Sudeste and Encosta do Sudeste) were analyzed by means of the Drummond adult
immersion test. An epidemiological study was carried out in order to investigate the differences and/or similarities between the
management techniques and the efficacy of acaricidal products (amitraz, cypermethrin, deltamethrin, mixture of synthetic
pyrethroid and organophosphorated, and mixture of organophosphorated) in the two regions. Analysis showed that acaricide
mean efficacies of the deltamethrin were significantly different (P < 0.05) with a higher value in Encosta do Sudeste. However,
when the minimal efficacies in the two regions were analyzed, differences for amitraz and cypermethrin were observed, with
lower values in Serra do Sudeste (P < 0.05). In the epidemiological study, most of the questions did not show statistical
differences (P < 0.05), except for the number of acaricide applications per year, with a higher value in Serra do Sudeste. The
results show that region-level surveys can provide a sensible information base and determine the local requirements and allow
the implementation of effective interventions, since priorities can differ markedly even between close regions.