Este artigo analisa esta nova relação, à luz de duas tendências concomitantes: a pluralização dos atores com interesses na política externa; e uma diplomacia presidencial ativa. Argumentamos que, mais do que apenas um campo de batalha de ideias, os veículos de mídia mais proeminentes do Brasil têm desempenhado um papel ativo contra a política externa de Lula, embora eles tivessem uma capacidade limitada de definição de agenda. Para este fim, o texto será dividido em quatro seções. A primeira trata dos recentes desenvolvimentos na elaboração da política externa brasileira, e procura entender como a introdução de novos atores e instituições afetou o equilíbrio político por trás das relações exteriores do país. A segunda fornece uma visão geral das estratégias da política externa do governo Lula e sua relação com a diplomacia presidencial. A terceira apresenta alguns dados sobre o comportamento de dois jornais selecionados, Folha de São Paulo (FSP) e O Estado de São Paulo (OESP), sobre temas de política externa. A quarta e última seção compara as reações da mídia com as relações do Brasil com os Estados Unidos, mais especificamente no que diz respeito às negociações acerca da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), e alguns aspectos da cooperação Sul-Sul brasileira, e discute os resultados mais relevantes.
This article looks at this new relationship, in the light of two concurrent trends: the pluralization of actors with stakes in foreign policy; and an active presidential diplomacy (CASON AND POWER 2009). We argue that, more than just a battlefield of ideas, Brazil’s most prominent media vehicles have played an active role against Lula’s foreign policy, although they had but a limited agenda-setting capacity. To this end, the text will be divided in four sections. The first one deals with the recent developments of foreign policymaking in Brazil, and seeks to understand how the introduction of new actors and institutions has affected the political balance behind the country’s external relations. The second provides an overview of Lula’s foreign policy strategies and their relationship with presidential diplomacy. The third offers some data on the behavior of two selected newspapers, Folha de São Paulo (FSP) and O Estado de São Paulo (OESP), on foreign policy issues. The third and final section compares media reactions to Brazil’s relations with the United States, most specifically regarding negotiations on the Free Trade Area of the Americas (FTAA), and to some aspects of Brazilian South-South cooperation, and discusses the most relevant results.