O trabalho aborda sobre as mulheres indígenas do Acre em seus processos políticos de rompimento das representações criadas sobre elas, entendendo esses processos como formas de resistência às heranças coloniais que lhes foram impostas ao longo dos anos, por meio da criação dos termos de gênero e raça. Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar as atuações das mulheres indígenas do Acre em suas comunidades, e fora delas, visibilizando seus protagonismos e enfrentamentos perante a sociedade e o Estado. Usando como metodologia pesquisas qualitativas e de análises dos documentos encontrados na hemeroteca da Biblioteca Digital (BNDigital) e acervo online do site do Museu do Índio, que possibilitou o acesso a memórias registradas de algumas mulheres. Para o embasamento teórico utilizou-se trabalhos de historiadoras e antropólogas, como Maria Regina Celestino de Almeida, Teresa Almeida Cruz, María Lugones, dentre outros autores, estabelecendo o diálogo entre seus trabalhos e as fontes. Mediante os resultados encontrados foi possível entrever os equívocos presentes nas representações dessas mulheres, ao enclausurá-las em descrições de presas e subserviência.
This paper discusses the political processes of the indigenous women of the state of Acre to break away from the representations created about them, understanding these processes as forms of resistance to the colonial legacies that were imposed on them over the years through the creation of the terms gender and race. In this sense, the present article aims to analyze the actions of indigenous women in Acre in their communities, and outside them, visualizing their protagonism and confrontations with society and the State. The methodology used is qualitative research and analysis of the documents found in the digital library of the Digital Library (BNDigital) and the online collection of the site of the Museum of the Indian, which provided access to recorded memories of some women. For the theoretical foundation we used works by historians and anthropologists, such as Maria Regina Celestino de Almeida, Teresa Almeida Cruz, María Lugones, among other authors, establishing a dialogue between their work and the sources. Through the results found it was possible to glimpse the misconceptions present in the representations of these women, by eclausing them in descriptions of prey and subservience.