Este artigo aborda a temática dos lugares que ocupam as crianças nas sociedades ocidentais: proclamadas como sujeitos de direitos, mas submetidas à normas adultocêntricas, subjacentes à ordem capitalista-colonialista e à produção histórica do Antropoceno. Com a intenção de imaginar ordens civilizatórias apoiadas em interações respeitosas para com a Terra e as crianças, trazemos dados de pesquisas-intervenção em escolas da cidade e de territórios indígenas. Referenciadas em estudos da infância, da ecologia, da decolonialidade, em filosofias indígenas brasileiras e espinosanas, enfatizamos conceitos de natureza, ser humano, liberdade, alegria e pertencimento coletivo como fundamentos das culturas de bem viver de Abya Yala.
This article deals with the theme of the places occupied by children in western societies: proclaimed as subjects of rights, but subject to adult-centric norms that underlie the capitalist-colonialist order and the historical production of the Anthropocene. With the intention of imagining civilizing orders supported by respectful interactions with the Earth and children, we bring data from action research in schools in the city and in indigenous territories. Using references from studies of childhood, ecology, decoloniality and from Brazilian indigenous and Spinozian philosophies, we emphasize concepts of nature, human being, freedom, joy and collective belonging as fundamentals of Abya Yala's cultures of good living.