O presente artigo é produto de uma pesquisa sobre o programa de intervenção urbana denominado Revive, no Centro Histórico de Salvador. Analisam-se os principais roteiros da intervenção, os tipos de relações público-privadas nas redes de gestão e implementação do programa, assim como a forma, concepções e lógicas das relações interinstitucionais entre o governo de Portugal, as instituições locais de gestão do patrimônio histórico cultural em Salvador e os investidores do capital imobiliário. Conclui-se que nas redes de gestão territorial preponderam os atores que possuem o capital imobiliário e que fazem parte da engrenagem pública institucional que administra e executa o programa. Este tipo de gestão territorial dá continuidade aos velhos conflitos sociais que remontam à década de 90 pelos usos do espaço central urbano entre o residencial e os usos para o consumo solvente. O Programa Revive constitui-se num modelo de intervenção urbana importado de Portugal e, no Brasil e Salvador, se boutiquizam os espaços para consumos solventes